sexta-feira, novembro 21, 2008















Vivera sentada naquela travessa o tempo suficiente para conhecer os passantes.
Uns hesitavam perante o seu semblante, não sabendo se esperaria esmola,
outros, mais afoitos, flauteavam convites,
desconhecendo o tempo dimensional que os separava,
logo nesse breve encontro de olhos:
chegavam na pressa de partir,
enquanto na espera, ela descobrira o prazer do vagar.

Outros havia, que se iam demorando nas palavras.
Falavam-lhe de tempos de porcelana, que ela apenas poderia imaginar e que no tempo de espera, desenhava numa parede abandonada, com pó de estuque, que dos afectos, sobrara.




Clandestinamente, nas sombras ocultas pela longa cortina da rua, ia construindo um mundo anónimo, dentro da sua pequena travessa.
...E quando a noite caía, improvisava esferas e traços, saltando dos peitos das casas desabitadas, na negação constante da solidão que a detinha...










Foto: a propósito da exposição de porcelanas kraak, Dinastia Ming, ali ao virar da esquina...

Coffea arabica é uma espécie de café natural da Etiópia, supostamente uma das primeiras espécies de café a ser cultivada. A espécie Coffea arabica produz cafés de qualidade, finos e requintados, e possui aroma intenso e os mais diversos sabores, com inúmeras variações de corpo e acidez (um vício difícil de superar e de inspiração suficiente para lhe "plagiar" o nome)...




E, no entretanto, bebam um café...