quarta-feira, setembro 09, 2009


Ela tinha olhos verdes e trabalhava num edificio baixo da 24 Julho. Ele tinha olhos azuis e trabalhava num edificio alto da Praça D.Luís. Conheceram-se no liceu, ambos alunos nocturnos de um secundário que não tinham tido tempo de concluir de dia.
Ela com os cabelos pelos ombros e ele também.
Ela vinha de um longo luto pela morte do pai, responsabilizada pela vida da mãe.
Ele reclamava da atenção mimada que davam ao irmão, dez anos mais novo.
Foi rápido o convivio entre ambos, oriundos da mesma parte da cidade e com destino ao fim do dia, para o mesmo liceu. Pelo caminho, ele contava-lhe histórias das viagens dos navios que aportavam no cais. Pelo caminho, ela sonhava com esse mar imenso que um dia queria atravessar, longe dos cheques, das garantias bancárias, das letras e das cauções, com que as suas histórias diárias se fabricavam.
Ao fim de três meses deram as mãos, ainda timidos, quase temerosos, da descoberta do amor.
Ele cortou o cabelo. Ela passou a olhar para o espelho mais atenta.
Ele escrevia-lhe postais a cada dia 25 de cada mês, celebrando a noite em que durante o voando sobre um ninho de cucos, deram o primeiro beijo.
Ela escrevia poemas e fazia-lhe desenhos.
Ele passou a ir de férias com ela, dividindo e partilhando a mãe.
Ela passou a ir todos os sábados à tarde a casa dele, quando mais ninguém lá estava.
Ele era parte da familia dela. Ela achava-se parte da familia dele.
Quando se casaram, não sentiram esse dia como uma mudança radical nas suas vidas.
O namoro tinha-se tornado um contratempo, nos seus afazeres diários.
Ele fazia muitos serões, vendo os navios entrarem e saírem.
Ela cozinhava para ele e para a mãe, depois de concluído o trabalho.
Talvez por isso, quando engravidou, ao fim de poucos meses, enjoou a comida.
Dois anos seguidos, enquanto os navios chegavam e partiam, ela criava em si, as amarras
à vida.
Ele já não lhe escrevia postais. Ela deixou os poemas e escrevia em cadernos de capas alegres, diários de bordo, para as filhas, partilhando com elas, mulheres feitas no futuro, os pensamentos da menina que ainda sentia em si. Foram-se afastando sem darem conta, ela crescendo em direcção ao mar, ele crescendo em direcção a terra.
Quando se separaram, as filhas não notaram grande diferença nos hábitos diários, habituadas que estavam a não o ver. Estranharam -apenas???-os fins de semana, de quinze em quinze sem a mãe. Ele voltou-se a casar e ela também. Ele teve outro filho. Ela teve animais que as filhas curtiam. No casamento da filha mais velha, partilhando a mesa, ela apercebeu-se do pouco à vontade que ele estava, como se fossem pessoas de planetas diferentes.
No casamento da filha mais nova, ela falou-lhe do café do bairro dele, onde jogavam flippers.
Ele não sabia que café era. Ela perguntou-lhe pelos amigos que um dia, tinham sido comuns.
Ele sabia vagamente deles. Ela notava-lhe a gravata apertada, tão apertada, que pensou que ele ia sufocar à próxima pergunta. Teve vontade de pedir uma fotografia com ele. Teve vontade de pedir uma fotografia com a mulher, que mais que ele, cuidou das suas filhas durante os fins de semana de 15 em 15 dias. Não o fez. Adiou. Em contrapartida, pôs-lhes as mãos nos ombros e disse-lhe afávelmente, irreverentemente, a maior barbaridade de sempre, já podes descansar, tens as filhas casadas.
Ele encolheu os ombros, a mulher dele, sorriu, percebendo.
Tem a certeza que ele já não se lembra de ter usado o cabelo pelos ombros, de supertramp e das amêijoas, nos furos das aulas. Tem a certeza que ele já não se lembra como se ria, quando subiam no elevador da Bica, contagiado pelo riso dela, que lhe dizia, faz-me cócegas nos pés.
Ou de ter escrito postais a cada dia 25 de cada mês.

Tem a certeza, contudo, que foi com ele que descobriu a cidade e o amor.





Embora hoje, não perceba como, porquê.

49 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

As duas coisas, seguramente! :-))
Lindas as imagens...

Abraço

Arábica disse...

Rosa, bom dia :))

Este post, a ter título, seria:
com três fotos se recorda uma história de amor. :)

Obrigada, amiga, ainda bem que gostaste! :)

O Árabe disse...

Nãos ei se por encomenda ou memórias cruzadas... mas ficou muito bom! :) Boa semana.

Justine disse...

Qualquer que seja a razão, é o retrato da Lisboa que eu também amo:))

Licínia Quitério disse...

Esta Lisboa... de varandas e amores. Bonito poercurso!

pb disse...

retalhos de uma Lisboa encantada que nos vão ficando na memória

Arábica disse...

Desculpem a ausência de visitas nos vossos blogs, desculpem-me a ausência de comentários...
Ando em "arrumações", seja lá o que for que isso signifique.
Uma a uma, as histórias vão saindo, lentamente...

Uma necessidade absurda de me despir dos rostos, de me despedir dos rostos...

Compreendem? :)
Sei que sim, espero que sim.

Abraço grande, agradecido.

Lizzie disse...

Pois, quando se é novo, muito novo, o futuro fica tão longe que parece eterno.Moldado no presente.Tudo construído à nossa imagem e semelhança. Sem variações drásticas nos nossos desejos. Cheios de possíveis positivos: não se vão mudar os olhares, não se vai adoecer, a morte é um estado abstracto.Uma mera suspenção.

Mas toda a gente muda. Porque o mundo a isso ajuda ou des-ajuda.

Podia ter sido a rapariga a partir, mas foi o rapaz. A ordem dos factores é arbitrária.

Conheço um grande senhor na Bica que, também ele, tem a sensação de estar parado. Por causa do movimento dos seus antigos discípulos. Paternalmente, um dia destes disse-me: vocês fugiram e regressaram tão diferentes...
e eu respondi-lhe: não fujimos, crescemos!

Não me lembro nada de, a brincar, lhe dar com a ponta do lápis na cabeça calva.

Talvez tenha mudado tanto...

besos e boas arrumações.

Arábica disse...

Lizzie,

não faço a menor ideia do que é viver o presente, sem a percepção do que fomos, de onde partimos, das nossas raízes...
que seria das nossas histórias sem esse campo, trabalhado ao longo do tempo...?
Onde cresceriam elas?
De onde afinal poderia vir a evolução?
Com todo o amor que lhe têm, ainda assim, as filhas nos últimos meses, dizem muitas vezes que fui eu a que parti, a que iniciei a viagem...
Raios me partam, se sei para onde.

:)

Beijos, bom dia.

Alien8 disse...

Boooom, Arabica, será que essas certezas estão mesmo certas? Há tantas surpresas por trás dos fatos cinzentos e das gravatas apertadas... e há tanta coisa que não pode ser esquecida... apenas "arquivada" para uso ocasional, fora do dia-a-dia onde funcionaria apenas como um obstáculo inconveniente. Quem sabe?

Não faço ideia do que estás a falar :), mas gostei muito de ler. Ah, e aquele elevador das memórias...

Um beijo duplo.

Lizzie disse...

Arábica:
o pesadelo maior dos amnésicos é justamente não saberem quem são.

É evidente que viver é uma sequência progressiva de causa-consequência. Nada nasce do nada. O verdadeiro zero/nada só é perfeito na matemática.Eventualmente na física.
A vida das pessoas é mais feita de tudo.

Como quase sempre, estava a falar em abstracto, não personalizando.

E em abstracto há pessoas mais estáticas. Às vezes para quem esta parado, parece que os carros vão em excesso de velocidade. Pura ilusão óptica. Tudo se move. Mas em tempos e espaços diferentes.

Neste caso, não interessa quem partiu ou ficou mais. Porque é natural que, com essa tenra idade como me parece,se mude muito.Ainda não se tem a experiência suficiente para se estar (mais ou menos)definido.Se é que alguém se define em alguma idade completamente.
Ninguém é um móvel fixo num catálogo. Ninguém se É por encomenda, própria ou alheia.Quanto muito pode-se deixar ser.

E depois acredito naquele velho dito inglês:

birds of same feather
must fly together

Algum destes pássaros já tinha as penas de adulto?

Desculpa, mas, nestes tempos, é preciso casar as filhas (arrumá-las, pô-las com subtituição de protector)para se ficar descansado?

Enfim, cada um sabe de si. O resto são generalizações.

Arábica disse...

...quem sabe, Alien? :)
parece que agora que desisti de mudar o mundo, apenas me resta acordar consciências dos que comigo vão partilhando mesas e momentos, quando me parecem asfixiados em algum colete de forças...lembrar-lhes o menino e a menina, escondidos, esquecidos, em parte incerta de um corpo que vai envelhecendo.
Cada vez mais, aquele poema das "queixas das almas jovens censuradas" faz mais sentido para mim, amigo.
Cada vez mais.

Um abraço ao quadrado para vocês também :)

Arábica disse...

Lizzie,

eu gosto imenso dos teus abstratos! :)
E também gosto das diversas meninas que vivem em ti e que com bastante regularidade, deixas que se soltem, com a tua graça habitual, mesmo que de pijama e chinelos vintage. :))

Também não me parece que alguem se defina em alguma idade, pelo menos para sempre. Pode eventualmente definir-se num determinado estágio, num determinado plateau, na longa caminhada.
Só talvez os que param por dentro.
E digo, talvez, certa que ainda assim, vão encontrando formas de agudizar o mesmo estado.

Os pássaros tinham uma penugem, leve, essa sim abstrata, que poderia ter, na metamorfose permitida pela sorte, se transformado em plumas comuns, de muitas cores partilhadas e solidárias.

Quanto à pergunta que me deixas, deverias ter percebido a ironia contida no absurdo :), um pouco o conceito em vigência nos séculos passados, quando os pais, assim o entendiam com o casamento das filhas dotadas. :))
Foi um pouco de irreverência, de provocação, àquele ser de gravata apertada. :))
Deverias saber pelo tempo a que me lês, que não partilho de tal pensamento, de tal convicção. :))
Não fez sequer parte do meu percurso.

Ai, Zizzie, que seria dos vidros dos colares, sem os afectos???? :))

Lizzie disse...

Arábica:

para já deixa-me dizer que concordo totalmente com Mi Verdito Alien quanto a surpresas e arquivos.
Os Extra-Terrestes são sábios:))tanto mais que, em princípio, nos vêem lá de cima.

E o meu problema não é deixar a menina vir ao de cima: é mandá-la calar.

Ainda ontem fui a uma reunião, com colar, muito séria e compenetrada (apesar de ter as calças descosidas em sítio pouco próprio, coisa que disfarcei através de pose de respeitável senhora formal, senão pareceria a Sharon Stone, enfim, mais ou menos)e me dividi em duas. Uma parte estava "de gravata apertada", porque aqui onde me lês até sou responsável. À outra, ai nem sabes o que lhe estava a passar pela cabeça:)))

Isto é coisa que acontece a muita gente. Mas ele há alturas e ocasiões para tudo.

E ser menino ou menina não implica obrigatoriamente ingenuidade. Se calhar, muito antes pelo contrário.

E o afecto é uma coisa complicadíssima. Quantas variantes há?

Arábica disse...

Lizzie,

não vejo sitio mais próprio para se pôr uma gravata de lado, do que uma mesa, composta por pessoas da mesma familia, unidos para o "melhor" e para o "pior" :)) por duas filhas. :)) Foi o que o seu pai fez e muito bem, tagarelando toda a tarde connosco, tu cá tu lá.

Espero que o ALien (e tu) tenham razão e que as crianças irrequietas, sem maldade, voltem a aparecer de quando em vez. :))

Tu tens esse problema e eu por vezes também. Principalmente nos últimos quatro anos, depois de abandonados todos os senhores neves da minha vida. :))

Uma postura correcta e uma pose de senhora formal, sempre nos livrou dos maiores apuros, não te parece?? ;))

Imaginando, imaginando :))

Arábica disse...

Há multiplas formas de afecto,
milhentas que eu conheça,
e ainda bem.

:)

o Reverso disse...

agora vou jantar. logo, mais pela noite dentro volto. li duas vezes. vou ler novamente. e também não vou deixar de ler os comentários.

inté.




de férias?

Arábica disse...

Triliti,

...ler duas vezes uma história de amor banal, igual a tantas outras, arquivadas nos álbuns poeirentos da memória, que ninguém se lembra mais de ir buscar?
E ainda prometer uma terceira?
Os comentários, esses sim, que tenho grande afecto pelos meus comentadores e grande respeito pela assertividade expressa.

Quase, quase de férias.
Domingo à noite, mais coisa menos coisa :)e de preferência sem quebradura de ossos ;)

mdsol disse...

Minha linda

Tens lá um merecido prémio

Beijinho
:))

Arábica disse...

Solinho, grata, grata mil vezes!

Beijinho e até amanhã :)

Barbara disse...

Como?
Por que?
Isso se move tanto nas idéias...

o Reverso disse...

então, se não falarmos antes, boas férias.

Arábica disse...

Bárbara,

é verdade, o como e o porquê são grandes motores de busca para novas compreensões, novas percepções.

Beijos

Arábica disse...

Obrigada, Triliti :)


Beijos

Justine disse...

Porque há quem caminhe em direcção ao mar e quem caminhe em direcção à terra!
(sabes que na 4ª-feira, quando aqui passei, não havia história escrita, só vi as fotos, o resto foi imaginado por mim, a tal história de amor que referias. Hoje sim, consegui ler a triste história de duas pessoas a caminharem em sentidos opostos na vida...)
Beijo e boas arrumações:))

mdsol disse...

Querida Arábica:
Tens lá um prémio, bem merecido.

(Passa-se qualquer coisa... eu julgava que já te tinha deixado aqui este recado)
Beijinho

:)))

Arábica disse...

Justine,

em Julho, com o gesso, ao passar pelo elevador da Bica, lembrei-me da míuda que eu tinha sido. O enquadramento das fotos acordou a nostalgia da memória. A história, que dançava há muito em mim, acabou por ser escrita, depois da tua visita...sem eu estar à espera, sequer, porque achava que as fotos, por si só, contavam todas as histórias que quiséssemos imaginar...

Uma história triste, mas também bonita, de quem teve um primeiro amor feliz, pelo tempo que é permitido, aos primeiros amores, serem felizes.
Encaro, sempre encarei, o crescimento para sitios diferentes, como natural, em nós, principalmente nesses verdes anos da juventude. E é bonito também, claro:) porque tenho duas filhas queridas nascidas dele! :))
Éramos tão jovens quando fomos pais! :)

Beijinhos meus!

Arábica disse...

Solinho e deixaste!!! :)

Já te fui visitar e entretanto, já vi que vieste beber um café comigo! :))

Arábica disse...

Já agora, por manifesta falta de tempo nestes ultimos dois dias antes de ir de férias, a publicação e a entrega do prémio a outros blogs, fica adiada, MdSol, ok? Espero que não leves a mal.

Mais beijinhos

AnaMar (pseudónimo) disse...

Estou de saída.
Emocionada.
voltarei com mais palavras, mais pela necesidade de as libertar, que pela utilidade que as leias.

1001 bjs

Arábica disse...

AnaMar,

a necessidade de libertar emoções e pensamentos através de
palavras deve ser respeitada, sob o risco de não o sendo, irmos continuando vestidos com as diversas personagens, rostos, momentos, ideias...
Comigo acontece amíude, quando as reprimo, dar com elas em muitas esquinas da cidade pelos mais variados motivos.
Abraço-te com carinho.

f@ disse...

ele e ela em pequenas doses...

Grande imagem da saudade...e belo...
gostei mto....

!nfinito beijinho

Arábica disse...

F@

ela gosta de pequenas doses,
como se de um cansaço de grandes, ainda se recuperasse. :)
Obrigada, ainda bem que gostas.
Beijinhos meus

O outro lado do espelho disse...

Uma narrativa de locais que me são queridos, sem a banalização de lugares comuns.

Emoções à flor da pele, que sei também sentir.

Um quadro tão familiar , que assusta, de tão previsível.

O como , é o amor a mudar.
O porquê, porque definir é limitar e cada vez que se fecha um ciclo, recomeça outro...

Espero que o teu próximo te traga tantas respostas quantas as interrogações.

Um abraço cúmplice.

Bj

Manuel Veiga disse...

quadros da vida lisboeta...

("tudo isto existe... tudo isto é fado")

gostei do perfume "neorealista"

beijo

jorge vicente disse...

e um sorriso
e uma lágrima
que caem destas folhas

as memórias são todas assim,
tão plenas de vida e de lágrimas
e de pele.

um beijinho para ti
jorge

Arábica disse...

Espelho,

ao fim de 23 anos de divórcio, sem gritos ou ofensas de parte a parte, amigável, sorridente, "moderno", observo nos últimos anos, sem conseguir ficar indiferente, o divórcio amigável entre elas e o pai. Silencioso e bem educado. Como se um mar os separasse. Como se não houvesse ternura -fio de enlaçar gestos- na memória dos afectos. Penso, sei, que às vezes não basta estar. Não basta cumprir um papel. Que se lixem os papéis, se não conseguirmos construir, alimentar, uma relação através da proximidade, da empatia, dos sentimentos.
Como lhe dizer, está na hora de começares a escrever postais às tuas filhas? Perceberia?...

Beijos

Arábica disse...

Herético,

serão apenas lisboetas?
Estará este fado do distanciamento emocional restrito a uma zona geográfica?

Obrigada, um abraço.

Arábica disse...

Jorge,

sem lágrimas.
Naturalmente, o tempo passou.
Na pele, também. Resta-nos a vida e a imaginação, às vezes louca, do que queremos fazer dela, com ela.

Um beijo.

M. disse...

Penso que recordar, ainda que não se perceba tudo o que passou, pode ser um rejuvenescimento amadurecido. Ou um amadurecimento juvenil. Porque não? Sinal de caminho feito e por fazer.

maré disse...

porque até de nós nos esquecemos

dia após noite
após noite

_____--

beijos

Filipe disse...

Bonito poema

MagyMay disse...

Também eu li e reli o texto.
Revi-me nos desencontros da vida... nas saudades.
Sinto que mais que quaisquer outros são desencontros connosco.. é o labirinto de encontrar o caminho.

Beijo, Arabica
Gosto de ti

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

espelhos!

comovente além de bem escrita.

boa semana!

Duarte disse...

Que bonito!
Cheira à Lisboa que tanto amo. São aquelas coisas que fazem recordar uma cidade, uma situação, um momento... e a ama-las.

Beijinhos nostálgicos

Nina Owls disse...

estava a terminar um comentário na tua pagina (com mais meia duzia delas abertas e de repente ploft - fechou tudo - pareceu-me mais invasão extra-terrestre do que engano de loira na optica de utilizador.
Escrevia eu que tem uma força este texto, que me levou ás lágrimas, porque parece que estás a falar da minha vida com ele, o primeiro. Mas não. Tenho certeza que é autobiográfico. Ele esqueceu do ninho dos cucos mas deve, porventura, já ter sobrevoado o ninho algumas vezes. Um texto agridoce. Abraço regularizado ou quase com a tua leitura. Aos poucos desço á terra. ;)

Marina disse...

Um texto belíssimo!...
Um amor eterno!

Beijos

Arábica disse...

Obrigada por terem lido, sentido.
Fico contente sempre que há empatia, sempre que entendem na vossa pele a escrita da minha.


É realmente uma história comum a muitas de nós, independentemente das coordenadas geográficas, para lá da cor dos olhos, dos navios que atravessaram os nossos oceanos.


Que melhor pode haver para quem escreve (mesmo deste modo sem pretensão a algo mais) que haver quem leia e tudo traduza? :)

Deixo-vos um grande abraço.

Sandra disse...

Simples e no entanto tão maravilhoso! Simplesmente divino.
Uma história que tantaz vezes se repete e da qual geralmente se guarda a memória do fim, esquecendo-se que todo o fim tem um início e esse é quase sempre maravilhoso e é desse que deviam ficar as maiores memórias.
Obrigada por me fazer lembrar isso.
:)