terça-feira, março 02, 2010

Gostei da quietude deste lugar esquecido,
onde os silêncios ecoavam berberes pela pele,
e os ventos viviam sem norte.
Estrangeira de mim, nómada serena.




De tantas lãs vestidas, já não sinto o vento.

24 comentários:

Maria disse...

Talvez num qualquer deserto estivesse bem melhor do que aqui...

Vagabunda do tempo.

Beijo.

MagyMay disse...

E que me lembras...

... Ora em quietudes, ora com ventos, está a nómada vestida de lãs quentinhas...

Abraço, abraço, abraço

Justine disse...

O vento pode ser a nossa segunda pele, se não recearmos a vulnerabilidade...
(adivinho que tenhas publicado um desenho ou uma foto, mas não consigo ver nada a não se o texto - que me é suficiente, contudo! A música, um encantamento...)
Abracinhos quase sem coxear:))

Licínia Quitério disse...

Pele sobre pele, sobre pele e a fragilidade ainda. Muito bonito. E a música... bahhh!

Laura Ferreira disse...

Lindo... de tão pequeno.

luís filipe pereira disse...

"Estrangeira de mim, nómada serena" belíssimo verso na coda deste poema epigramático que transmuta em suaves estrofes a serenidade da (muito bela) imagem.
Voltarei mais vezes a este espaço...
luís filipe pereira

maré disse...

as nortadas trazem um frio de sombras que se alojam nos olhos

só a pele se guarda...

ainda assim um chá bem quente

e esta nómada forma de ouvir

beijos arabica

Duarte disse...

Por aqui o vento soprou
forte, e limpou
as árvores de folhas,
agora mais nuas;
com os braços erguidos
ao vento, a pedir
um novo equinócio
que faça brotar as folhas,
e os enroupe!

Notas carregadas de som...

Um forte abraço para TI

Mar Arável disse...

O vento

de preferencia

ouvi-lo

Bjs

bettips disse...

Só a brisa afaga.
Os afectos dos nómadas que chegam ao quente-lar-quase-tenda!
Bjinho

Alien8 disse...

Deves ter gostado mesmo muito, Vanda :)

Um abraço e bom fim de semana!

Anónimo disse...

Os Elementos têm sido inclementes.

De tanto chover, já do sol me vi esquecer?

Saudações

Vivian disse...

...Todas as Vidas

Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé
do borralho,
olhando para o fogo.

Benze quebranto.
Bota feitiço
Ogum. Orixá.

Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo.

Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d'água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde
de São-caetano.

Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.

Vive dentro de mim
a mulher do povo
Bem proletária
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.

Vive dentro de mim
a mulher roceira.
-Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.

Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha
tão desprezada,
tão murmurada
Fingindo ser alegre
seu triste fado.

Todas as vidas
dentro de mim:
Na minha vida -
a vida mera
das obscuras!

Cora Coralina

...querida linda,
trago beijos neste dia
de todas nós!

Teresa Durães disse...

Com a frase, "Estrangeira de mim", recordei Albert Camus :)

Alberto Oliveira disse...

Ó mulher! nem eram precisos tantos rodeios poéticos para me fazeres sentir no norte de áfrica.

A propósito, deixo-te uma rima que este computador não está para muitas palavras:

estivesse eu em Agadir
expondo ao sol meu físico moreno
não se punha a questão do ir
a pé ou num todo-terreno.

Beijos a partir de Marraquexe
deste que nunca te esqueche.

Alberto Oliveira disse...

... sempre simpática a Teresa: tem sempre uma palavra agradável para mim.

Manuel Veiga disse...

mais que o vento - o silêncio berberes a ecoar na pele...

belíssimo

beijo

mdsol disse...

Q. Arábica

Escreves tão bem!

"Estrangeira de mim, nómada serena.




De tantas lãs vestidas, já não sinto o vento."

Gosto mesmo!
beijinhos gostados

:)))

Anónimo disse...

já reparaste como as palavras por vezes nos aquecem tanto ou mais que as lãs? :) beijinho grande*

augusto, um entre mil disse...

Muitas lãs vesti, mas, há gélidos ventos que permanecem nas minhas memórias.

Guilherme F. disse...

OLá.
Permite-me a correção. Não é blog votado ao esquecimento...é um porto onde regresso por vezes....mas tenho lá um link.....
gostei das tuas palavras
Gui
coisasdagaveta.blogs.sapo.pt

O Árabe disse...

Às vezes, bem nos aquece a lã. Em outras, apetece sentir o vento. :) Boa semana!

Rui disse...

onde se consegue ser oásis

jorge vicente disse...

mas eu sinto. aqui.

um beijinho
jorge