quinta-feira, junho 11, 2009





Na aresta escondida do pronome
existe um instinto possessivo alarmantemente ganancioso
de necessidade territorial.

O pronome guarda no seu avesso,
uma âncora de ferro,
vulgar e ácidamente temporal,
à mercê das correntes subterrâneas do "eu".

Na tarde, sem espelho que me devolva sorriso, careta ou resposta,
ainda me debato na associação de ideias:
-quando será o pronome tão sómente, pronúncio de afecto?
-quando será que alguém o deve teimar, sem aceitar a censura?


[ não importa que não seja meu,

de alguma forma -ainda que estranha a convenções,
liberdades individuais, destinos, sinas, corpos ou posses, é "meu" ]




Música: Princess of the sand (Strange meeting II), Nick Drake


13 comentários:

Humana disse...

olha, amiga arábica, eu gosto muito de usar esse pronome.gosto de dizer "o meu país", e gosto de dizer " o meu pai", " a minha mãe","a minha família", " os meus bichos", "o meu amigo", fingindo que os afectos me dão direito a possuir, também, os que me têm.

enfim, acho que é um pronome que (remetendo ao teu post anterior) vamos aprendendo a usar com mais sabedoria, se de facto trilharmos, na vida, os caminhos que nos fazem crescer.

a idun virá cá, nos próximos dias, fazer os seus comentários.

deixo-te, arábica, o meu abraço. :)

pb disse...

Minha Linda, é Meu e pronto o "sentimento" de posse incllui uma dose maioritária de carinho. Bj

mdsol disse...

Linda Arábica

Hoje a escrita está densa. A fazer reler, a pensar. Como convém! De posses pouco sei falar. Serei possessiva como toda a gente, mas devo disfarçar bem...lol

Beijinhos

:)))

AnaMar (pseudónimo) disse...

Pronome possessivo de afectos.
É meu, é teu, é nosso.
É teu!
Bj

Duarte disse...

Que brincalhões! Que quarteto! Bonitas imagens...

Beijinhos, amiga MINHA.

Mar Arável disse...

Nas areias

tudo se move

Nuno de Sousa disse...

Bela musica q acompanha o video que colocaste, belo momento de escrita aqui deixaste... forte e puro de algo "teu"...
Bjs em ti amiga e um bom fds,
Nuno

Justine disse...

Devolvo-te o que é "nosso", sem deixar de ser meu!
Abraços apertados

so lonely disse...

Os pronomes, pobrezitos, sentindo sempre que são substitutos terão o desejo de um papel principal. O seu "eu" sentindo-se inferior ao "eu" do nome, é possivelmente um revoltado.
O pronome está sempre encerrado, preso no seu papel de segunda figura.
Ele, embora possa desejá-lo,nunca saberia o que fazer se um dia o libertassem para assumir outra tarefa...

so lonely disse...

Os pronomes, pobrezitos, sentindo sempre que são substitutos terão o desejo de um papel principal. O seu "eu" sentindo-se inferior ao "eu" do nome, é possivelmente um revoltado.
O pronome está sempre encerrado, preso no seu papel de segunda figura.
Ele, embora possa desejá-lo,nunca saberia o que fazer se um dia o libertassem para assumir outra tarefa...

so lonely disse...

Os pronomes, pobrezitos, sentindo sempre que são substitutos terão o desejo de um papel principal. O seu "eu" sentindo-se inferior ao "eu" do nome, é possivelmente um revoltado.
O pronome está sempre encerrado, preso no seu papel de segunda figura.
Ele, embora possa desejá-lo,nunca saberia o que fazer se um dia o libertassem para assumir outra tarefa...

Licínia Quitério disse...

Se o pro-nome se remeter à sua verdadeira condição de segundo, deixemo-lo pensar-se possuidor. Só o nome verdadeiramente possui ou é possuído. Estéreis estas questões gramaticais, se não fossem fundamentais no noso discurso afectivo.

Beijo "meu", Arábica.

Arábica disse...

Obrigada amigos MEUS :)

Aqui fica, todo VOSSO, o meu abraço.

:)