quinta-feira, maio 21, 2009

.



conheço uma divindade

com o poder do amor [ou do ódio].

conheço uma divindade

com o poder de construir [ou destruir].

conheço uma divindade

com o poder de ser diferente [ou indiferente].

conheço uma divindade

com o poder de curar [ou matar].

conheço uma divindade

com o poder de unir [ou segregar].

conheço uma divindade

com o poder da verdade [ou da mentira].

conheço uma divindade

com o poder da justiça [ou da injustiça].

conheço uma divindade

com o poder da sabedoria [ou da ignorância].

conheço uma divindade

com o poder de ser livre [ou escravo].

conheço uma divindade

que a muitos milénios e terramotos

tem sobrevivido e resistido.

conheço uma divindade

apenas uma, que não carece de "cella" de pedra.

.

templo de carne, no resguardo da alma,

parte mais sagrada do seu ser.

.

chama-se homem e só a ele pertence,

a escolha do poder em sua mão.



.





Música: pois continuo ouvindo rádio, europalx, 90.4.

59 comentários:

Arábica disse...

A foto caiu-me aos olhos, ontem, no bairro alto.

Faz sentido, não? :)

bettips disse...

E que bem encontrada! Recanto onde nasce(u) o poema-homem-ser.
Se algum deus tivesse câmara de vigilância activa...
talvez para as telhas do mundo que nos cobrem mal.
Lindo!
Bj

uf! disse...

homem? ou mulher? Não tem Π’…
A foto está com piada, sim senhora. Mas não gosto do texto por causa do «homem»... manias...
é que tudo o que lá diz também se podia aplicar à mulher... digo eu...ou não?
OK, está na hora de me ir deitar... já estou a ficar implicativa
:-)))
beijos

Arábica disse...

Prof. :))

já sabe que eu sou uma aluna pouco aplicada que teimosamente continua a utilizar a palavra "homem" para o ser humano em geral :)) e com a agravante de usar letra pequena ;)

Poderíamos dizer que se trata, para o melhor e para o pior, de uma característica minha :))

risos e beijos, resmungona.

Maria disse...

Lindo!
Mas temo que essa divindade não tenha ainda percebido do seu verdadeiro poder...

Beijo

PreDatado disse...

Mas eu acho que essa divindade não é o homem-pai, nem o homem-filho, nem o homem-padrinho é o irmão cada vez mais big. O big irmão criado pelo homem.

simplesmenteeu disse...

Sinto, quando ao meu ouvido, uma voz diz baixinho:
Tudo podes! Olha-te e caminha!Porque só a ti cabe o primeiro passo e a escolha do caminho...

Oiço. Sei. Mas, no momento seguinte, vergo-me de novo à incerteza...e ponho-me na mão daqueles de quem gosto...

E a foto caiu muito bem, mesmo.

Um beijo

Nina Owls disse...

Gostei do texto-poema.
Só o homem tem esses poderes todos, o de consertar os erros dava jeito que utilizasse mais vezes. E o das escolhas. Que o caminho é já ali ao virar da esquina.
Que mal te pergunte ( a mulher com tromba de dedo, sorry, com dedo trombal) mas como colocaste aqui do lado direito esta lista direitinha dos blogues que visitas e quando o fizeste? Dava-me jeito saber os que me faltam visitar. Funciona como auxiliar de memória e a minha anda maleiro.
beijo e fim de semana com rodos de sol.

Rosa dos Ventos disse...

O Homem é mesmo esta estranha criatura capaz de tudo!

Abraço

Licínia Quitério disse...

Para o bem e para o mal, somos humanidade e divindade. Com ambas nos (des)entendemos.
Uma foto que é um ícone onde se toca o homem/deus/cidade. Já lá estava tudo, mas só depois do teu olhar aconteceu.

Beijinho.

mdsol disse...

Um hino às possibilidades da nosa inacabada humanidade. No fundo uma leitura esperaçosa de que se o Homem quiser, pode!
Muito bom vir aqui.
beijinhos Arábica

:))

Su disse...

hoje andei por aqui

gosto tanto destes teus olhares e sentires

fazem.me bem


merci


jocas maradas.......sempre

Teresa Durães disse...

o homem uma divindade??? sacrilégio lol! E as mulheres? Ou agora és machista?????

Arábica disse...

Teresa

este homem divindade em letra pequenina pequenina... é o ser humano :)

pois não vês pela foto que o sexo do espécime é o que menos importa? ;)

Rui disse...

Desenharam-me muito magrinho, e com a tola pequena. Não sou nada assim.

Hoje estou em modo divindade. Concedo 3 desejos aos primeiros que enviarem um mail.

Lizzie disse...

Pois eu cá acho que a Humanidade é tão mázinha, tão predadora, que teve que inventar divindades que lhe estabelecessem códigos de conduta baseados no medo.

Baseada nesses códigos de céu/inferno (lato sensu, dependendo do nome geográfico da divindade)arranjou um sistema de educação para tirar a crueldade às crianças (bem me lembro dos nomes chamados aos gordos, fracos e etc. quando andava na escola).

Já há tanto, tanto tempo, e a civilização, ajudada pela cultura, ainda não lhe tirou a necessidade da existência desse medo regulador.

E o Bairro Alto continua por restaurar...:)Ainda ninguém humano, com mais poder que os outros humanos, teve medo que uma casa lhe caísse em cima. Ou ficou com medo de ficar soterrado debaixo dela.

Mas enfim...fico-me por aqui:)

besos

Laura Ferreira disse...

Pois... esta imagem dá "pano para mangas"...

Anónimo disse...

e eu conheço uma divindade com o poder de transmitir coisas belas aos outros, que és tu :) gostei muito de ler e desejo-te um óptimo fim de semana. beijinho grande.

Justine disse...

O único deus possível...e congruente!
(também a ouço, quando estou em lx...)

maré disse...

pois
.
há também o amor.

de que o homem carece

____

um beijo arábica

a tua música "mata-me"

Duarte disse...

Progresso e ruína numa boa toma da mais cantada em poemas, da mais querida, da mais amada. Também a amo.

Beijinhos para TI, meus

~pi disse...

tudo é belo

tudo o que

te disse

[ e mais

ainda

o que

traduziste!! :)



beijo




~

Alberto Oliveira disse...

... tenho de pôr as minhas directas em dia (noite) para esses lados. Mas não deixo de perguntar que Homem-Divindade é esse que tem tanto trabalho entre-mãos que necessita de uma câmera para vigiar os bons e os maus costumes dos seus fregueses?
Será o presidente da câmera de... vigilância?

Beijos e sorrisos.

jrd disse...

Vai sendo tempo dessa Divindade se conhecer a si própria.
bfs

coxa e marreca disse...

olá Arábica,

consegui arranjar um bocadinho de tempo para dar aqui um salto e gostei do que por cá vi e li.

Mas eu, infelizmente, conheço uma mulher que não é deusa e que gostaria de conseguir esticar as horas do dia.

Um beijinho

Alien8 disse...

Arabica,

Homem, homem, em poesia tudo é permitido, a começar pelas minúsculas. Que me desculpe quem protestou, mas fica aqui a entrada da palavra no Dicionário de Português da Porto Editora:

homem
nome masculino
1. mamífero primata, bípede, sociável, que se distingue de todos os outros animais pela faculdade da linguagem e pelo desenvolvimento intelectual
2. ser humano, ser vivo composto de matéria e espírito
3. pessoa adulta do sexo masculino; sujeito; indivíduo
4. [com maiúscula] a espécie humana; humanidade
5. popular marido; companheiro; amante;
Não é por aí que se vai: As acepções 1, 2 e 4 incluem mulheres e homens. É mais pelo conteúdo, como por exemplo o deste teu poema ou o da esplêndida foto.

Um beijo.

o Reverso disse...

a foto caíu-te aos olhos e caíu muito bem, caíu nas palavras como mosca no mel.

Anónimo disse...

só que há sempre as circunstâncias, a pesar (não quero utilizar o termo determinar) nas escolhas que fazemos."eu sou eu e a minha circunstância", lembras-te?
divindade? não sei. terra e estrelas, em mistura variável, isso sim.

marradinhas afectuosas, amiga arábica. temos acompanhado os teus posts, sem deixar comentários.a Humana quase não dorme, oscilando entre os afazeres do ganha-pão, árduos nestes últimos tempos, e as coisas boas que exigem entrega e tempo. e agora, com aquele cinco pequerruchos traquinas a "ajudar"...

uf! disse...

(Arábica, se me permite, dirijo-me, aqui, ao Alien).
Caro Alien, pelo menos pela minha parte, a questão que levantei não era do foro linguístico mas do sociolinguístico.
É uma questão de opção, claro; uma opção de (aparente) liberdade de escolha. E a minha escolha é, desde há muito, outra. A língua reproduz a realidade social em dois sentidos: espelhando-a e prolongando-a. Como ESTA realidade social me desagrada, é (também) através da língua que eu tento combatê-la.
Claro que esta conversa dava pano para mangas e eu nem tenho tear...
:-)
Se me permite, sugiro-lhe que, se por acaso tropeçar em «O Falso Neutro», de Maria Isabel Barreno, faça uma pausa para o ler.
Um abraço, claro
e outro para a Arábica

Arábica disse...

Alien,


também tenho um Porto Editora.
Uma 3ª Edição, antiga, muito antiga, amarelecida pelo tempo e pelo uso.

Obrigada. :)

Mais um poder para esta divindade, pertence-lhe sempre, a escolha do detalhe, em que se detém.

:)

Abraço.

Arábica disse...

Idun,

não me poderia esquecer das circunstâncias...

O desafio maior da vida desta divindade, reside, quanto a mim, no poder de mudar as circunstâncias.
Somos o que somos, somos o que fizeram de nós e ainda "o que nós conseguimos fazer dessa massa".


Ai....esses gatinhos....a chamarem por mim...

não mos lembres, não??? :)

É que eu tive 10 anos de peixes em aquário...4 anos de hamsters...e tês de cão grande...foram ao todo 13 anos de limitações temporais e geográficas...

...é tempo de fechar a porta e soltar as asas...

:) mas que eles apelam...apelam...

Beijos

Arábica disse...

Prof.,

já agora também vou à procura de "O falso neutro"; mas para mim, nascida em 60, sabendo-me possuidora dos mesmos poderes que (agora sim) aos "homens" eram concedidos, sentindo-me parceira e igual a "eles" em direitos e deveres, para mim, o uso da palavra "homem" como definição de indivíduo, ser humano, não me afecta em nada.

São conceitos, Prof., apenas conceitos que deveriam ser reciclados; tal como o conceito de sensibilidade nos homens, denominado o "lado feminino" e o conceito de força e agressividade nas mulheres, denominado, "lado masculino"...

Conceitos...limitações sociolinguísticas?

Neste aspecto sou uma aluna atenta.

Um abraço

mariab disse...

se, ao menos, o homem entendesse que é nele que reside Deus!!
beijo

Rosa dos Ventos disse...

A propósito do comentário que deixaste no meu Ventanias...
Sabes que fiquei com algumas dúvidas em relação ao Pequenina.
Será quem assina ou será o destinatário da mensagem?!
Seja como for é lindo, mas de grande responsabilidade como dizes! :-))

Abraço

uf! disse...

Cara Arábica, eu, que sou péssima a cibercomunicar, não ouso pôr mais na carta. Mas talvez um dia, em torno de um arábica fumegante, lhe consiga explicar melhor a minha posição face as estes pormenores. Aliás, nesse hipotético futuro, dir-lhe-ei de alguns outros pormenores a que me agarro, por considerar pormaiores. Sou particularmente atenta às mensagens subliminares e aos pormenores...
por agora, venha uma mine!
:-)))

mdsol disse...

Linda Arábica

Ontem descansaste? Espero que sim
Passei para te desejar um bom dia e agradecer as tuas palavra stão importantes lá no branquinho

bjs

Sol (parece que pegou o nick do nick rsrsrs)

Arábica disse...

Prof.,

talvez seja bom debater essa temática em meios onde a diferença ainda vive instalada em hábitos, costumes, tabus.

Para mim, cidadania e direitos humanos, é para todos.

Mais um abraço, com ou sem mine :)

Alien8 disse...

Arabica,

Agradecendo o teu agradecimento, quero pedir-te apenas para me dirigir à Prof., dizendo-lhe que percebi e percebo a sua opção, mas não concordo com ela. Se a realidade está errada, combata-se a realidade, não a palavra. A mim nada me importaria que o universo de mulheres e homens fosse designado por A Mulher. Nadinha. Assim como não me incomoda a coincidência de esse universo ser designado por uma palavra que também significa o indivíduo do sexo masculino. O que me incomoda é a inexistência de igualdade de direitos e oportunidades, os homens que julgam os homens superiores às mulheres e as mulheres (ah, sim, também!) que julgam as mulheres superiores aos homens. E coisas afins.

Tem razão, cara Prof, isto dava pano para mangas, e talvez ainda dê... até lá, pergunto-lhe como escreveria a Arabica este poema.

E deixo-a com um poema do Gedeão:

Homem
Inútil definir este animal aflito.
nem palavras,
nem cinzéis,
nem acordes,
nem pincéis
são gargantas deste grito.

Universo em expansão.
Pincelada de zarcão
desde mais infinito a menos infinito.
E ainda com um pequeno trecho do mais conhecido poema do mesmo autor:
(...) E que sempre que um homem sonha
O mundo pula e avança..."
Tudo isto, que é um exagero, apenas para lhe dizer que, respeitando a sua opção, também respeito a opção da Arabica ao usar a palavra "homem" como usou. E a do Gedeão. E etc. e etc....

Ah, e já conheço as teses da Maria Isabel Barreno. E os trabalhos das "Três Marias".

Um abraço claro. Sem vírgula :)

uf! disse...

:-)))
eu bem digo que sou péssima a cibercomunicar :-(
É claro (sem vírgula) que não me fiz entender. Nem vou tentar. Apenas mais uma ou duas notas, a propósito dos últimos comentários.

Arábica,
não me diga que pensa que por aqui já estamos todas e todos assim tão emancipadinh@s?
É a sua opinião e só me resta respeitá-la. Mas declaro que não concordo. E declaro que, pela minha parte, acho muito perigoso instalarmo-nos no conforto da nossa «evolução» fechando os olhos aos preconceitos circundantes.
Mais declaro que eu sei que eu ainda tenho malfadadas sementes da sociedade sexista, classista, racista em que cresci e que, para grande tristeza minha e desespero, volta e meia dou por mim a ter uma atitude ou a fazer uma afirmação que estão aida minadas por essa espécie de erva daninha.
Dou-lhe os meus parabéns, Arábica, se já se libertou completamente, mas peço-lhe, se é que me é dado fazê-lo, que não facilite nem se iluda: são muito pouc@s @s que já se libertaram dessas amarras - e nem falo apenas da nossa geração. Eu bem vejo e escuto o que se passa nas gerações mais novas. Só a título de exemplo, posso dizer-lhe que ainda este ano lectivo tive longas conversas com um jovem que achava que pessoas de etnias ou raças diferentes deveriam ser proibidas de namorarem; que achava que os afrodescendentes e asiáticos eram menos inteligentes que os eurodescendentes; e que a homossexualidade devia ser punida com a pena de morte. E, na mesma turma, um outro rapaz achava que este, porque usava o cabelo um pouco mais comprido que o dele, era menos masculino...
Falo-lhe de jovens na casa dos 20 anos! Falo-lhe de universitários!
Este ano, também, um aluno veio dizer-me que um colega meu - homem que se diz BLOQUISTA!- tinha dito às colegas que ele (o aluno) era uma borboleta...
De qualquer modo - e para finalizar- as minhas desculpas, Arábica, se fui impertinente ao deixar aqui a minha opinião sobre este assunto. Seguirei o seu conselho e irei (continuar a )falar disso para outros sítios :-)

Alien
Pessoalmente acharia igualmente disparatado se se usasse a palavra Mulher para designar humanidade - mesmo que com maiúscula, como o Alien talvez inconscientemente sentiu necessidade de usar - sobretudo se isso acontecesse num contexto feminista em que ao homem estivessem historicamente vedados múltiplos direitos de cidadania!
Quanto ao Gedeão, nem ele foi meu aluno nem o Rómulo de Carvalho meu colega, pelo que «non sunt peccavit mei uxoris mea pecavit» (presumo que esteja com erros, que já lá vai o tempo em que usava o latim).
Um pouco mais a sério: há que contextualizar. A luta de Gedeão era outra. O machismo estava tão instalado que quase o não percepcionávamos.- E está com sorte por eu não transcrever para aqui alguns dos versos assustadoramente machistas ou mesmo misóginos do vinicius - que também não foi meu aluno :-))
Ainda relativamente ao Gedeão, eu costumo cantar « e sempre que a malta sonha o mundo pula e avança»
:-)

Relativamente à primeira citação, como vem com uma dúbia maiúscula... não comento - ou comento, dizendo-lhe que, por acaso, acho que o texto se aplica mais ao género masculino!
Para trminar - e já estou a abusar - permita-me que duvide que conheça a obra da Isabel Barreno a que aludi; é que se a conhecesse, não a associaria às Novas Cartas Portuguesas(das 3 Marias) - é um trabalho num linha completamente diferente. É um trabalho académico, de análise de manuais escolares.
Quanto ao combater a realidade e não a palavra, vejo que também não me entendeu: a palavra faz parte da realidade! (não é por acaso que pediram para que não fosse usada a designação de «gripe suína»).
Ainda a propósito das palavras, posso dizer-lhe que foi conscientemente que retirei do meu idiolecto expressões como
«judiar» e «fazer judiarias», assim como deixei de usar «semítico» para dizer «avarento» ou «cigano» para dizer «Sócrates»
:-)))
um abraço que se deseja claro

Nuno G. disse...

será divindade? poema excelente!

(www.minha-gaveta.blogspot.com)

uf! disse...

ops, faltou dar uma resposta ao Alien, que me pergunta de que forma escreveria a Arábica este poema.
Pois a resposta está dada: escreveria como escreveu :-)))
Mas se quer saber que forma não me teria feito «estrebuchar», posso dar-lhe alguns exemplos; não teria refilado se, em vez de «chama-se homem» tivesse escrito:
- «chama-se Homem»
- «chama-se gente»
- chama-se humanidade
- chama-se tu
- chama-se nós
- chama-se eu
- chama-se eu, tu, ela, ele, nós

pronto, prometo que com esta me vou
Boa semana
;-)

Duarte disse...

O fim de semana deu para aquecer, pelo que vejo. Aqui choveu barro e tive trabalho extra no terraço.
Espero que estejas bem...
Boa semana

Beijinhos, meus

Arábica disse...

Prof.,

...acredito-me livre dessas sementes, talvez porque em mim nunca houve campo fértil a tal cultura.
Acredito-me ignorante em muitas matérias, mas felizmente, a este nível, posso talvez considerar-me (e que trabalhos isso me trouxe!!)na vanguarda.

Não gosto de fazer julgamentos de valor sobre emancipações alheias, mas acredito que, todos quantos aqui costumam vir, ler e comentar,
o são em quantidade sufientemente abastada para perceber o sentido da palavra "homem".

Muitas vezes uso a palavra "Homem" com letra maiuscula, mas aqui, neste meu sitío, sinto-me suficientemente segura e à vontade para a escrever com letra minúscula, mantendo o significado pretendido.

Talvez seja uma irreverência minha. Ou uma esperança. :)

A arábica poderia ter escrito dessa forma, mas não o fez. E sendo assim, no meu direito à escrita criativa que tanto é incentivada actualmente, foi escrito de forma diferente.

E se dentro deste contexto, de escrita criativa, este poema tivesse sido mesmo escrito para o género masculino, que mal teria?

Teria sido pecado?

Resta-me lamentar esses casos de que teve conhecimento este ano.

É um pouco sobre o que escrevi, o poder da sabedoria ou da ignorância, o poder da liberdade ou da escravatura.

De uma forma ou outra a ignorância é sempre uma forma de escravatura.



Uma boa noite e a acompanhar o abraço, devido ao avançado da hora, bebamos um chá.

O Árabe disse...

Assim é. Ou o poder da Divindade, que em nós existe. :) Boa semana!

observatory disse...

http://www.youtube.com/watch?v=8OVhapYIRT0&feature=PlayList&p=C2A17736DFEB02EA&index=0&playnext=1



saude

maré disse...

: ) e crescemos , crescemos
assim debatendo a humanidade!

um beijo arábica

Arábica disse...

:) ...e se ainda qualquer dúvida restar sobre o sentido impresso à palavra homem, informo que este poema foi inspirado no post "No comments part 2" do Zé, no blog AL-cunha, onde em devido tempo comentei e dado não ser o meu sitio, escrevi Homem, com letra maiuscula salvaguardando o sentido.


Agradeço a vossa presença aqui :)

e por isso aqui ficam beijos, abraços, saúdes, cafés, chás, cervejas e palavras, com fartura e à descrição.

:)

uf! disse...

:-)
fifty/fifty, Arábica: eu expliquei mal e a Arábica não entendeu bem.
Não tive a veleidade de querer alterar o seu texto; tentei, apenas, responder à questão levantada por «Alien»: «pergunto-lhe como escreveria a Arabica este poema.». E ao responder «escreveria como escreveu :-)))» queria eu dizer precisamente que não tenho nada que sugerir alterações. O texto é seu - e o blog é seu. É uma evidência que não devia carecer de explicitação.
Sou, obviamente, uma carta doutro baralho e mais não me resta que reduzir-me à minha pequenez e ir brincar com cartas do meu tamanho.
Deixo-vos cibercafés, ciberchás, cibersaúdes, ciberabraços e ciberbeijos, cibercervejas a rodos e calo as palavras, já que tanto incomodaram...
;-)

Arábica disse...

Prof.

não me incomodaram as suas palavras, nem tão pouco esta situação, afinal, vulgar, num meio onde se discutem ideias, formas de pensar e de estar.

Posso concluir (pelos seus comentários) que a única palavra aqui a incomodar foi a palavra "homem" escrita em letra minuscula e por mim, pelo que até vim até aqui explicar o sentido da mesma.

Há muito por fazer, na rua e no papel, Prof., não temos nãos a medir, e estamos do mesmo lado, sem dúvida, no que concerne, mais uma vez o repito, sem deixar margem para hesitações, a cidadania e direitos humanos, onde se inserem os das Mulheres.

Mas não é, na minha perspectiva de mulher, este h minúsculo que põe em causa o futuro dessa causa.

Agradeço-lhe toda a atenção que dispensou, todo o empenhamento demonstrado ao longo dos comentários.



Já bebeu o café da tarde?
Pois então faça-me companhia.

Beijos.

uf! disse...

Bora lá!
Para mim, é em chávena fria.
;-)

Arábica disse...

Prof.,

deixemos as diferenças de temperaturas de chávenas de lado.

Procuremos, na comunicação, pontos em comum.

As diferenças afastam-nos dos objectivos, os pontos em comum, fomentam laços e uniões.

Homens e Mulheres fazem parte da mesma espécie. É quanto basta.

E esta espécie precisa de esforços em conjunto. Sem divisões ou sub divisões, afinal, tantas vezes, criadas pelo próprio homem.

Beijos :)

Manuel Veiga disse...

Divindade com "pés de barro".
tantas vezes...

beijos

Alien8 disse...

Prof,

Agradeço a sua resposta, e não ponho mais na carta. Disse o que tinha a dizer, compreendi perfeitamente a sua ideia, e é evidente que estamos em quase total desacordo. Nem sempre podemos estar de acordo, evidentemente. Há tempos escrevi qualquer coisa sobre concordar no essencial. É por aí que vou. Discordar é saudável. Quem sabe, um dia, em torno do tal "arábica"...:)

Mas quando diz que não conheço o livro da Isabel Barreno porque me referi às "Cartas"... Bom, aqui tenho que lhe responder que, como pensei ser óbvio, não se tratou de associar obras. A associação está no facto de ter sido através delas, "Cartas", que, pela primeira vez, e tendo acompanhado de perto o que se seguiu à sua publicação, conheci as três escritoras. Jamais esquecerei o que na altura vivi...

Conheço o livro, conheço (há muitos anos) as teses da Maria Isabel Barreno, mas não as perfilho na totalidade. O que, pertencendo eu ao tenebroso género masculino, não surpreenderá ninguém :)

P.S.: Eu conto-a no meu baralho. Para que saiba. E é um grande baralho, e um baralho grande.

P.P.S. "Sempre que a malta sonha"??? Por favor, Prof!:) Fico com curiosidade de um dia ouvir essa sua versão, e de lhe responder com a minha, ou seja, com a "original". Também eu gosto de pegar numa guitarra e cantar umas cositas. Com ou sem mines.

P.P.P.S.: Muito a propósito, vi ontem o Prof. Edgar Morin em entrevista à RTPN, conduzida pela Márcia Rodrigues. Extraordinário, simplesmente extraordinário! E, no entanto, não me revejo nem nunca me revi no essencial da sua ideologia. Mas há tanta, tanta coisa comum! As palavras saíam-lhe da boca e parecia que era eu quem estava a dizê-las, de tal maneira a concordância era instintiva e instantânea.

Um abraço.

Alien8 disse...

Arabica,

Desculpa o tempo de antena que por aqui te ocupei!

Vamos lá beber o tal café, ou outro, que a Prof. paga :)

Um abraço.

Arábica disse...

Alien,


mi casa es tu casa. :)

Não te desculparei, se voltares a pedir desculpa, por um tempo de antena que, antecipadamente, te agradeço.


Prof.:)

como vê, a mesa do café, começa-se a compor. :)


Dois abraços.

:)

Arábica disse...

Prof.,

errata: a mesa do café começa a compor-se.


As minhas desculpas por este português incorrecto, fruto de uma noite surpreendentemente animada no Bairro Alto :)

Foram fados, cervejas e morcela.
E pronto :))


Beijos

Beijos

uf! disse...

toc toc, com licença...
as minhas desculpas, Alien, pelo meu juízo precipitado. Gata escaldada... mas com idade para ter (outro) juízo. É que estou um bocado farta de ver continuar a meter no mesmo saco as três marias que, na minha opinião, se cruzaram num ponto mas seguiram percursos diferentes ( o tal concordar no essencial).
Não imagina o quanto me é estimulante encontrar gente que discorda de mim - são essas pessoas que me ajudam a crescer, a cimentar as minhas ideias ou a trocá-las por outras melhores. Embora eu seja algarvia, não tenho certezas - tenho apenas algumas convicções, flexíveis. E posso dizer-lhe que, neste capítulo do sexismo já tive posições muito diferentes. Lembro-me muito frequentemente do ar maternalista com que Natália Correia um dia me disse «Eu também já pensei assim», em resposta a um meu discurso inflamado sobre igualdade entre os sexos :-)
Venham os cafés, que eu pago a rodada dos ditos e dos medronhos
:-)
Um dia destes - ou noite, vai ter de me levar ao Bairro Alto, Arábica. Descobri, há pouco, que já não me sei diveretir por lá. Já não sei onde se pode comer morcela :-)

uf! disse...

p.s. há quem defenda que o pronome deve vir associado ao verbo principal e há quem defenda o contrário :-)

Arábica disse...

Prof.,

conheci ontem este sitio: a Tasca do Xico. É na R.do Diário de Noticias. Às 2ªs e 4ªs feira tem fado a partir das 21h.
É um lugar interessante porque se juntam pessoas de várias nacionalidades (ontem por exemplo uniram-se à volta da morcela, vários portugueses, um rapaz de ascendência marroquina, um australiano que fazia anos, uma francesa super simpática e uma cabo verdiana de voz rouca que não ficava nada atrás na simpatia da francesinha).

Enfim, momentos únicos e gratificantes.

Eu também não sabia se me sabia divertir, nem sequer equacionei essa (não) probabilidade.

Aconteceu.

~Lembro-me que a certa altura da noite comentei com todos eles, que "aquilo que ali estava a acontecer" não era muito diferente do espirito bloguista que me atrai aos posts.

Blogar e viver, não é assim tão diferente.

:)



Beijos