domingo, maio 31, 2009

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Molecular o desassossego dos corpos no encontro com a seiva.
Molecular o pó na brisa, nas folhas, nas asas.
ah!... a inquietude das asas!
talvez no momento
talvez,
se aquiete.

E depois?


[a liberdade das libelinhas
é um micro
organismo
mutualista
-entre dias supremos
e noites infímas-
que nos desperta,
inquietando]








.


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42 comentários:

o Reverso disse...

da liberdade da bela e elegante libelinha.

adejante

e predadora

no desassossego da procura...

Teresa Durães disse...

sentirá a libelinha liberdade ou verá a sua própia existência como uma batida do coração?

Justine disse...

Ah, a inquietude da tua palavra poética.E a sua pacificação, no voo de liberdade!Muito, muito belo.

Justine disse...

Ah, a inquietude da tua palavra poética.E a sua pacificação, no voo de liberdade!Muito, muito belo.

O Árabe disse...

Inquietando, sim... como este belo texto. :) Boa semana!

segurademim disse...

... e depois?logo se vê!

gosto de questões em aberto de movimento de acçao de compromisso de ...
saladas ... caldeiradas ... misturadas ... banhadas ... desqualificadas ... apertadas ... assombradas ... malfadadas ... aterradas ... enterradas ... mortas ... terminadas ...
escamadas
...


esbaforidas
paz à sua alma

Alien8 disse...

A liberdade das libelinhas... bem pensado e melhor dito :)

Vemo-las livres. Sê-lo-ão?

Pelo menos têm asas. Voam. Transmitem-nos a sensação de inquietude de que falas, e a de liberdade. E isso não bastará?

Um abraço.

Alberto Oliveira disse...

a liberdade das libelinhas
é conquistada em voos rasantes
c´as cabeças quais tira-linhas
asas delgadas tão elegantes

e os nenúfares de despeitados
fazem manguitos às libelinhas
vogam nas águas sempre deitados
não dando cabo das cabecinhas*.

* É sabido que os nenúfares não voam por falta de aproveitamento escolar nas disciplinas de álgebra e física quântica. De contrário, teriam asas como as libelinhas e então outro galo cantaria. Coisa que ambos não fazem: cantar.

Carol Lisboa disse...

ahhhhhhhh..... essa tal inquietude

LBardo disse...

Não sei nem quero saber da liberdade das libelinhas.

Sei que me liberto nesta imagem de topo e consigo respirar todos os voos que o meu pensamento consegue esboçar. Apenas num piscar de olhos.

Considere-se isto um feito comparado com a limitação do insecto...


Bj.do meu parapeito

AnaMar (pseudónimo) disse...

Inquietação apaixonante que nos faz VIVER. Em liberdade, apesar dos nós e laços que a paixão (nos) prende.

Bj

uf! disse...

para um bom voo, é fundamental conhecer os ventos - como os cataventos - só que esses não voam...
Tira-olhos, era como a pequenada do meu tempo chamava à libélula e eu, desconhecedora - até hoje - da origem de tal designação, temia as ditas cuja. Gostava muito de as observar mas tinha medo de ficar sem olhos. E achava uma injustiça que tamanha (potencial) crueldade estivesse aliada a tamanha beleza. Mais tarde descobri que havia outros casos desses..
:-)

uf! disse...

Arábica, desculpe as gralhas mas... só as vi quando já clicara para enviar - é que ainda não recuperei totalmente do fim-de-semana

Lizzie disse...

Engraçado o comentário da Prof.

De facto, para a mitologia britãnica, as libelinhas (em inglês têm o sugestivo nome de dragon fly)são de uma incrível crueldade justiceira: comem os olhos dos maus, devoram a língua dos mentirosos. Aparecem em alguns brasões ingleses como simbolo de força e justiça.

Nos bordados das vestes rituais (lindíssimas) dos índios norte americanos, sobretudo nas zonas de floresta do Texas, aparecem como espírito da traidora e silenciosa serpente, a que mata sem se dar por ela. A que hipnotiza.

Existem danças em que a libelinha representa a mulher ligada ao Diabo: vaidosa, bela, frágil, que utiliza os atributos para encantar, seduzir, destruir.

No fim vem a moral da história: vence a feia, trabalhadora e forte que nasce do ventre seco da terra. É o fim do reinado da "bruxa da água", como também é chamada em Inglaterra e EUA.

Pronto, vou-me calar que isto já vai longo e se pego nas danças...:))

Besos

Lizzie disse...

...e, já agora, em "cantes" e "bailes" mais antigos de flamenco, a libelinha, coitada, era o simbolo da morte, da atracção pelo abismo. Lá ia facada, ajuste de contas e a culpa era daquele belo e esvoaçante disfarce da morte.

Em Espanha também se chamam libelinhas às finas...finas,não digo que é asneira:))

uf! disse...

Lizzie, não se cale, por favor!!!
Conte-nos tudo!
Também lhes chamavam «lavadeira» mas isso nunca me fez confusão: achava que era por aparecerem junto dos tanques de lavar roupa - e mesmo que não fosse, essa explicação por mim encontrada bastava-me. Agora «tira-olhos», depois de deixar de me amedrontar passou a intrigar-me.
(Havia também a donzelinha, mas creio que essa é uma variedade -ou espécie?- diferente.)
Já tinha consultado o dicionário de símbolos de J. Chevalier e A. Gheerbrant mas não há lá nada que explique a designação de tira-olhos.
A sua referência à mulher que nasce «do ventre seco da terra» e põe fim à «bruxa da água» fez-me lembrar o par Eva/Lilith...
Conte-nos mais, vá lá....

uf! disse...

p.s. Lilith, também ela sensual, sedutora e depois ligada ao diabo...

Duarte disse...

Assim, em liberdade, é como uma libelinha voou, algum tempo, diante de mim, num recorrido em bicicleta entre campos: ambos livres.

Beijinhos

mariab disse...

etéreo desassossego. como o das asas das libelinhas.
beijos

Lizzie disse...

Ora a explicação para tira-olhos não se recomenda para pessoas sensíveis:

os condenados à morte por suposta malvadez, não eram dignos de sepultura nem tinham direito a agência funerária que lhes desse bom aspecto. Ficavam ao ar livre tal e qual:olhos e boca aberta por espasmo. Petiscos moles ricos em água, que as libelinhas muito apreciam. Afinal, a biologia sabe que são vorazes carnívoras e insectívoras. Também adoram mosquitos e não fazem cerimónia em se devorarem umas às outras.

Avisei!:)

Também na legendária Inglaterra e derivados, os olhos são o simbolo da alma, do conhecimento. Penso que o mesmo se passa no simbolismo judaico-cristão.


Quanto a Eva e Lilith, claro. Ao fim e ao cabo todas as mitilogias se baseiam em orientações de comportamento. Na mitologia índia, em geral, as mulheres estão ligadas à mãe terra: geram e transmitem a vida. Têm um estatuto sagrado. As libelinhas são o simbolo das "aéreas", instáveis.

Alguns autores, sobretudo nórdicos, ligam a figura da libelinha à bailarina do Ballet Clássico, leia-se romãntico. Pela figura estética em si. Também lhe chamam donzelinha. As personagens principais eram quase todas donzelas. E as donzelas, no imaginário geral são leves, etéreas, voadoras:))


Mas só a parte do Ballet dava pano e pano para mangas. É muito mais complicado do que parece.

E espero que a Arábica não se chateie com estas nossas derivações ao post:)

Val Du disse...

Inquietante como a vida de fato é.

Beijos

uf! disse...

Obrigada, Lizzie (obrigada e desculpe a deriva, Arábica.
Faz todo o sentido, claro.
Libelinhas, lilith, sereias, Melusinas, Loreleis, mouras encantadas em fontes e que querem roubar os «santos óleos» a um cristão...
faz todo o sentido. Sempre a mesma história do eterno feminino que tanto (os) assusta.
Um abraço

jorge esteves disse...

E, para quem lê...
...logo se vê!
Gostei!

abraços!

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

vim ler-te , e fiquei entre a inquietação e a liberdade ... momentos ....
Abraço poético
_________ JRMARTO

Francisco disse...

"ah! ... a inquietude das asas!

talvez, se aquiete... sim, talvez, ou talvez não.

Gostei.
Francisco

~pi disse...

a liberdade

abre se por dentro das asas,

( em horas inesperadas?



beijo



~

Arábica disse...

Prof. e Lizzie,


eu agradeço e delicio-me com todas as vossas derivações mitológicas (e não só) ao post! :)


Quem diria, que esta foto datada do Verão de 2007, estação de muitos passos de dança em silêncio, reuniria tantos vôos cruzados? :)

E como é bom ler-vos ao som do Jazz entretanto aqui adiccionado e que eu não tinha tido oportunidade de experimentar! :)

Beijos

Arábica disse...

Triliti, Teresa, Justine, Arabe, Segura, Alien, Cartolina, LBardo, AnaMar, Duarte, Mariab, ValDu, Tinta Permanente, VaAndando, Francisco, Pi, obrigada pelos vossos comentários esvoaçantes, enquanto este meu portatilzinho esteve internado e em hibernação :)


Beijos

Arábica disse...

Albertamente Legível,

obrigada pela imagem romântica que deixaste, entre nenúfares e quebra cabeças quantico/algébricos :))

Fazer um manguito à libelinha foi uma das minhas boas acções de ontem. :) Palavra de escuteira! :)


Risos e abraços

uf! disse...

Arábica, o meu comentário tivera origem apenas no texto porque (queria ter comentado isso e esqueci-me)no meu pc não se consegue ver bem a foto.
:-(
bjs

Arábica disse...

Prof.,

a foto teve "origem" numa praia algarvia, foi tirada ao lusco fusco, talvez pela ausência de luz, a sua dificuldade.

Beijos

Rui disse...

Vou com a libelinha, à procura da inquietação.

Arábica disse...

Rui :)


inquietação...inquietação :)

Rui disse...

Zé Mário! :)

Arábica disse...

Ou JP simões :) versão lenta :)

Arábica disse...

de tartaruga :)

Rui disse...

Movendo-se ao ritmo certo, sobre um fundo ao rubro. :P

uf! disse...

A foto está magnífica; o monitor do meu pc e a placa gráfica é que não prestam.
E quando vi a imagem, em casa, pareceu-me uma fotografia de uma pintura oriental...

Arábica disse...

Rui, o movimento da casa às costas :)

Arábica disse...

Prof.,


sabe que quando a semana passada andei a brincar com a foto também a senti com um toque oriental?

Obrigada, também gosto muito dela.

Beijos.

maré disse...

irreverente
inquieta

.
.
.
assim

Beijo

Arábica disse...

Maré,


observadora? :)

Um beijo