domingo, novembro 22, 2009

Bem me parecia que me estava a esquecer de algo. Olhava à volta e não conseguia perceber o quê. Que coisa teria eu posto numa lista de espera apenas existente na memória que continuava a piscar por ainda não ter sido realizada? Verifiquei duas vezes a máquina de lavar roupa, olhei de soslaio para a de louça. Tudo pacifico. Espreitei a dispensa e corri as varandas. Nada. Remexi na mochila em busca de um papel que me servisse de auxilio. Não existia papel. Casa aspirada, tudo no sitio e penso: vou visitar os amigos do costume, desejar uma boa semana, ler tudo quanto escreveram nos últimos dias. E é quando esta pequena dose de tempo meu e vosso -nosso- abre, que por fim o alarme dispara descontrolado em luzinhas intermitentes: a pequena dose insegura nascida de uma qualquer travessa da espera e de uma chávena de café, fez ontem um ano!

Escrevi mais do que alguma vez, pensei escrever.
Fui mais lida do que alguma vez, imaginei ser.
Fiz mais amigos do que alguma vez, esperei fazer.

Se voltei hoje é porque vos gosto de ler, de ter, de saber, de pertencer.

Que se lixe a boa escrita, que se lixe hoje a escrita poética.


Brindemos à amizade, aos bons momentos (e aos maus, que com vocês ao meu lado pareceram menos difíceis) brindemos às empatias, às solidariedades, brindemos aos caminhos que fizemos de alguma forma juntos, porque se vos leio e se me lêem e se eu comento e se me comentam, de alguma forma em algum momento, estivemos juntos, lado a lado ou olhos nos olhos.

Brindo a vocês!

E que a pequena dose me perdoe, mas hoje não há café.


Obrigada por este ano. Um abraço, com tudo o que sou, com tudo o que me ajudaram a ter.






sábado, novembro 14, 2009

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"...não é bem um silêncio...
é uma ausência de voz..."




terça-feira, novembro 10, 2009

... Debato-me há anos numa questão "somos nós que escrevemos a nossa história ou será a [eventual] história escrita por outros que nos descreve? "

Enquanto não obtenho resposta nem a conclusão final chego, vou-me deliciando pela mão experimentada de Mario Vargas Llosa, "O Paraíso na Outra Esquina", que através das vidas de Gauguin e da sua avó Flora Tristán, nos faz pensar onde se encontra o paraíso: na construção de uma sociedade igualitária ou no retorno ao mundo primitivo?








quinta-feira, novembro 05, 2009

Chamo jardim a uma massa indistinta de cores,

onde, por vezes,

se [pres]sente

o vôo das aves, das pétalas e dos espiritos bons...