Vivemos de pequenas a grandes ilusões.
A ilusão de um número. A ilusão de uma imagem. A ilusão de um status. A ilusão de uma viagem. A ilusão de uma cor. A ilusão. Conseguiremos viver sem ilusões? Conseguiremos sustentar a amargura de um esqueleto sem um doce, um chocolate?
Debato-me nesta questão sempre que no supermercado, com um gesto rápido e apararentemente supérfulo, ponho no carrinho das compras meia dúzia deles.
De quantas ilusões precisamos para não sucumbir ao forte peso do mundo e em situações extremas, ao tédio que a nós próprios inspiramos?
Qual o número mensal de ilusões que sustenta o nosso corpo?
Fotografia de Fernando Lemos (salvo erro, Alexandre O'Neill o retratado)