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diz-me em tom baixinho
(de quem teme acordar fantasmas)
que cheiro tem o homem
que possuiu o animal.
.desenha no silêncio do papel
as teias de serpente
na trama do véu.
mas não tragas
do alçapão da memória
o penoso tear:
suavemente, traço, ponto, cruz e de novo
traço
em grão,
os rostos de sal.
Espaço.
Embala
em braços velhos de força
o amor que não nasceu
e
se ainda tiveres folego,
diz-me em tom baixinho
(de quem teme acordar fantasmas)
que cheiro tem o animal que possuiu o homem.
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11 comentários:
Fui ver o filme Pradaria Fatal,directed by Lizzie M Girl e, vendo que aqui me serviriam um café Arábica, vim.
Em boa hora, que o café é excelente.
Já soa a música, que bom!
Beijinhos, meus, para TI
Já te sei de cor...
Levo-te para o fim-de-semana.
Beijo
Mas este poema jazza-me muito. Juro!!
Está linda a batida das palavras sobre o desalinho das perguntas sem resposta.
Abraço-te.
Muito bom, Arabica, mesmo muito bom, é um prazer ler o que escreves.
Um abraço.
Sussurros...
O que se escreve para ler não tem som, entende-se com a alma.
Abraço-te
Obrigada pelas vossas palavras.
Contudo foi-me dificil escrever, vestindo sobre a minha pele, a pele de uma noiva, o seu vestido e o seu véu, ambos negros, ideia sugerida pelo Triliti no post anterior.
Ficou assim.
Talvez a noiva me tivesse trancado a alma. Ou talvez não.
Beijos, bom domingo para todos.
Ah, senhora que palavras lindas eu aqui li, embora a minha pouca esperteza não me deixe apreender-lhes bem o sentido. Li-as em voz alta e o som é tão bonito.
Alice, a Fininha
um poema de grande beleza.
segredos
coisas escondidas no fundo da alma
cheiros que não queremos recordar?
medos, talvez...
Triliti,
só as noivas por ti evocadas poderão responder...
Lindo!
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