segunda-feira, janeiro 05, 2009




Domado o mar, cerro o olhar neste nevoeiro, nesta ignorância, nesta cegueira.

Esperança farpada na pele.

Corpo curvo de arames, sob o peso do mundo.

Sublimado fogo no tempo?

Restam-nos os impotentes lamentos no silêncio dos homens.

Desdobra-te água do mar em mil rios de penas minhas...

.

.





Música: Tortoise (Water), Shanghai Traditional Chinese Orchestra

19 comentários:

joão marinheiro disse...

Dobrar o mar?
Tem dias que apetece, outros de deixar submergir, e outros será o nevoeiro que nos cega.
Tens razão, é o peso do mundo todo de uma vez...
Beijo daqui com demasiado mar hoje.

Isabel disse...

tu domas as marés de um mar que é muito teu.
Desde sempre que o tempo foi tempo.


e do fogo guardo o encanto em que te resguardas...


.

obrigada. V.

muito.

isabel mendes ferreira disse...

bom esta de isabel ali em cima....sou eu....imagine-se....:))))


beijooooooooooooooooooo!

mariab disse...

São tempos de ignorância e cegueira. Os lamentos esbarram contra espessos muros. Esperemos uma luz.
Uma escrita que nos deleita e desafia. Beijo

bettips disse...

Consegui passar aqui!
Dizia eu há dias não sei onde: o tempo, esse carniceiro, talhante dos nossos corpos e pensamentos...
E esta cegueira de mesas e cadeiras, reuniões, frente a rios de sangue e fumo.
Um ano violento, já.
Teremos as buganvílias, altas, não lhes chegaremos senão com os olhos.
Beijinho

O Árabe disse...

Belo. Quantas vezes não sublimamos o fogo no tempo? :) Feliz Ano Novo!

JPD disse...

É-se capaz de passar as Tormentas e regressar com a boa-nova da Esperança

E, no entanto, a atureza do mal, através da ignorância, do ódio, da morte, parece suplantar tudo.

Bjs

Nuno de Sousa disse...

Belas palavras, e da simplicidade se escreve algo belo como este teu belo post. Parabéns.
Um excelente ano de 2009 para si amiga,
Nuno de Sousa

Alien8 disse...

Arabica,

Já vi que a Bettips quebrou o enguiço :)

O que não vejo, nem ouço, é o prometido Bob Marley. Qué pasa?

Voltou como tartaruga chinesa? :)))

Mas escreveste um belo poema, isso vi eu.

E vou andando, que já nem vejo :)

Um beijo.

Teresa Durães disse...

os Homens andam a esquecer a verdadeira natureza

mdsol disse...

:))

~pi disse...

todo o fo go~

todo o mar

gota a gota

a

esco

r

e

r

da música


(de-can-ta-da



~



beijo

Justine disse...

O nosso mar interior, tão difícl de domar como o outro!
Mas o tempo, quem sabe o tempo...

DE-PROPOSITO disse...

Domado o mar
--------------
E será que ele foi mesmo domado!... Ou a bonança, será apenas uma forma de seduzir ?
Fica bem.
E a felicidade por aí.
Manuel

Maria Trindade Goes disse...

Acabei de escrever sobre viagens e,aqui, parece-me que cheguei.

Com a esperança dorida na crosta da pele mas com o optimismo de quem acha que,ao longo da grande História e das Histórias mais pequenas, por baixo se forma epiderme cicatrizada mas ainda assim sedosa e pronta para tormentas.

Enfim, até as gaivotas precisam do fogo depois dos voos orientados pela bússula confundida pelo nevoeiro...

Agora botaste-me las ganas de ir para a lareira inventar pássaros cansados.

Besos, com mantas de viagem.

dona tela disse...

Eu se calhar não percebi, mas fiquei assim pensativa, sossegadinha.Muito obrigada.

Eme disse...

entrei aqui distraída (não devia sabes?)
fiz bem
tanta serenidade aqui. depois de ler. depois de ver. dobro eu as folhas do resto do dia. as penas.. rasgo-as

beijo

Filipe disse...

hmmmm...que quentinha a lareira lá atrás!

Filipe disse...

nos seus silêncios os homens não se lamentam. Resistem.