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A luz a partir na quietude da sombra. a noite a cair na teia das paisagens que adivinhamos submersas
numa massa coesa
de ervas
ébrias
de cheiros.
nas
raízes alongadas
raízes alongadas
a beber
me
todos os rios.
sem
esquecer
os
detalhes
microscópicos
da seiva das azedas
dos gumes das pedras
das asas dos melros.
Seriam corvos?
o garrar
dos dedos
a todos os gestos.
lembrar
a inconsistência
das
flores secas
sem
separadores
de página
onde as
reescrever.
As palavras são memórias, nos caminhos rasgadas,
deixadas
ao abandono do solo e do vento.
repito-me no folego do espelho
dos ramos nús.
Não houvesse tanta palavra
tanta raíz
tanta memória
e o mundo poderia nascer de novo.
Música: Blues for a Hip King, Dollar Brand.
Mais um homem que parte, deixando-nos as suas histórias: José Megre.
19 comentários:
O mundo pode sempre nascer de novo. Apesar de todas as memórias..
Bom fim-de-semana.
Abraço
outro mundo nascerá duma outra história.
( há-de reciclar as raízes e
torná-las asa,
beijo
~
o mundo renasce a cada poema, querida amiga. um beijo e bom fim de semana.
E... amanhã, nova aurora surgirá
e das memórias de um povo novos alentos.
Do gesto, enformado na palavra, gritarão de novo as bocas... LIBERDADE!!!
Estalará a crosta que encerra o tesouro esquecido, enterrado na vaguêz do preconceito...de manhã... amanhã renascerás, fraternidade!
;)
Mas o mundo nasce de novo e refaz-nos as memórias.
re.nascer~
(gostei das janelas.todas. incluindo a da alma.tua)
jocas maradas de palavras
És poeta! Eu acho!
:)))
Volto para dizer que também gostei de reparar na forma gráfica que os teus versos formam! E, claro, as imagens são mais do que a preceito!
:)))
se não fossem as asas
dos corvos
seria
re nascer
de raiz es
______
obrigada
A transparência das imagens condiz com a lucidez das palavras.
Gostei, saboreei, degustei: palavras que fluem sábias.
Abraço-te, carinhosamente
Arabica,
Além do mais, a parte do poema que fica antes das fotos faz um belíssimo desenho. Ou seja, atacas em várias frentes :)
O mundo, creio eu, pode mesmo nascer de novo. Serei demasiado crente? Talvez...
Um abraço.
Pelas árvores e pelas palavras (tuas) que se enraízam.
Sementes de voltar.
Música e palavras gostosas a acompanhar imagens maravilhosas.
A festa florida das palavras em papel recortado que confeccionaste, fizesse todo o mundo o mesmo e renasceria de igual modo. E tu dás vida a algumas raízes, as que contam. as outras rasgas-lhes memórias atirando-as ao vento. que as leve!
beijo
basta querer, todos querermos e o mundo nasce de novo ! Um beijo
aqui a prosa é poesia, gostava de escrever assim.bom resto de fim de semana.
LINDO,LINDO. AMEI SEU POEMA.
BEIJOS
VÁ ME VISITAR QUE TEM UM POEMA PRA VOCÊ TAMBÉM.
Hoje não respondo aos vossos comentários. Mas agradeço a vossa presença aqui. O fragmentar da solidão de escrever. O quebrar de página, o partir do muro.
Obrigada, um beijo.
refaçamos as memórias para nos reinventarmos e inventarmos um novo mundo.
um abraço
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